1.2.09

última vez.

Escrevo para ti, embora saiba que não vais ler. E que mesmo que leias, certamente não perceberás que falo de ti. Não quero com isto criticar-te, mas a verdade é que não importamos de forma igual um para o outro, e se percebesses que me refiro a ti, com certeza estarias agora a pensar " que criança ", já não era, de todo, a primeira vez. Sempre falei de ti com a maior alegria do mundo, mas desta vez não posso, nem quero, pela primeira vez sinto e sei que não mereces, como pudeste tu, seguir em frente sem reparar no que pisaste? Desculpa dizer-te, mas eu que me sentia quase tudo, naquele momento fiquei reduzida a pó, se tanto. Eu conheço-te bem, e sei que tu pensas que me conheces, mas a verdade, é que começo a aperceber-me que não, e eu não quero, nem vou apagar o que tu significas para mim, não podia, como seria eu capaz de apagar um coração? E deixa-me que te diga, que és muito importante para mim, e tu sabes. Eu sei que lá no fundo tu tentas, eu digo-te: desta vez não é assim, não podia ser sempre. Desta vez vais ter de deixar de pensar só em ti, vais ter de aprender a fazer o meu papel porque eu estou a fazer o teu. Aprendi a fingir que não preciso de ninguém, que em mim tenho tudo o que me faz feliz, que não vou chorar nem olhar para trás enquanto estiver a andar, vais ter de ser tu a correr, aprendi que o tempo não espera e por isso eu não posso parar e esperar por ti, vais ter de ser tu a tentar agarrar-me, de novo. E não me podias desiludir, desta vez não podias, não podias ter falado assim, não podias ter fingido que não te importava, e o pior de tudo, é que não te podias rir como fizeste, ou melhor, não devias. Ergui de novo as muralhas, mas tu nunca as tiveste de ultrapassar, nunca te fiz passar por esse teste, estendi-te sempre os braços, devo dizer que foste a única pessoa que teve tudo de mim, assim. És capaz de mover montanhas por mim? Dizes-me que sim, mas eu não vejo, desculpa eu sei que me tornei muito exigente, mas nunca te exigi nada, se não, que aceitasses tudo o que tive para te dar, desta vez não podia ser assim. Já te tentei mostrar que eu podia, tal como qualquer outra pessoa, deixar-te no meio da estrada sem saberes para onde ir, mas não faço, não consigo. Mas... mas eu não sei o que pensar de ti, não olhaste para o lado, estás a deixar-me para trás. (?)


I’m not afraid of you
I’m only afraid of losing you

(não volto a chorar por ti!)

27 comentários:

  1. Excerto do crespusculo, sinceramente dos melhores filmes que já vi.
    Quanto ao texto, 'aprendi a fingir que não preciso de ninguém, que em mim tenho tudo o que me faz feliz, que não vou chorar nem olhar para trás enquanto estiver a andar', é engraçado como acabamos por aprender sempre as mesmas coisas e, seria mais engraçado ainda se não fosse pelas merdas que nos acontecem. Enfim bebé, amo-te (L)

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  2. Percebo bem essas palavras... De um momento para o outro passamos de tudo para nada. Enquanto a outra pessoa nunca deixa de ser a nossa vida. É, o melhor é mesmo sermos egoístas e pensarmos apenas em nós. Gostei *

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  3. essa é sempre a « pior » parte :x
    - grande texto *

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  4. Adorei todo o texto, como ja te disse algumas vezes, nos meus simples comentarios, escreves com o coraçao e isso notra-se à medida que vamos lendo cada frase, cada paragrafo.

    Adorei, em especial, esta partezinha :

    "Aprendi a fingir que não preciso de ninguém, que em mim tenho tudo o que me faz feliz, que não vou chorar nem olhar para trás enquanto estiver a andar, vais ter de ser tu a correr, aprendi que o tempo não espera e por isso eu não posso parar e esperar por ti, vais ter de ser tu a tentar agarrar-me, de novo"

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  5. Há sempre alguém que leva tudo de nós, o melhor de nós sem sequer pedir e sem sequer reparar.
    Enfim :x


    Crepúsculo @

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  6. Ás vezes parece tão mais fácil escrever do que proferir palavras. Doi provavelmente na mesma medida, mas a falar as palavras não saiem.

    E aprendemos tanta coisa para não sofrermos, para não nos magoarmos, para não acreditar no que vemos, até reaprendemos o que em tempos esquece-mos.

    A seu tempo esse alguém perceberá, se não perceber, esse outro alguém que escreveu tentou perceber o momento, tentou interpretá-lo e "representá-lo" à sua maneira. A vida é assim mesmo um palco com actores e com uma plateia assistir, um desenrolar de actos, momentos... a plateia tb sente, tb ouve, tb vê mais tarde ao mesmo acaba por interpretar.

    Devaneios*

    Eu li e senti...

    interpretei, vi, ouvi...

    Nunca é demais escrevermos, nunca é demais desabafarmos na escrita.

    *

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  7. Percebo bem o que sentes.
    gostei bastante!
    beijinhos *

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  8. Eu já não sei o que te dizer :\
    É a mesma pessoa..?

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  9. Sabes o que é que me parece com o teu blog? Que prezas mais as coisas más que as coisas boas. Assim nunca conseguirás ser feliz.

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  10. Ficar indiferentes a determinadas situações? E tu só ficas às más? Quando é que me contas uma boa? :P
    Se dizes e não faz diferença acho que não é com um texto que vai lá. E se já fizeste por isso porque fazer mais? Ele faria o mesmo que tu?

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  11. Já não sou desse tempo. LOL! x) Não vi esses. As melhores coisas da tua vida são essas? E a família? E tu? :P
    E não fui só eu que reparei que andas muito revoltada. Já me falaram nisso de ti. E foi logo isso que disseram que eras. aaaah! x)

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  12. Não se trata de conhecer bem ou mal. Trata-se de ser assim que tu te mostras a pessoas como eu. percebes?

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  13. Nada contra. É assim que deve ser. Mas repara que os conselhos acabam-se. Porque não sei a melhor maneira de lidar contigo. Porque segundo tu não mostras como tu realmente és.

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  14. é sempre uma última vez.
    e última.
    e última.
    mas a verdade é que nenhuma delas termina verdadeiramente.

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  15. Eu não te avalio pelo que as outras pessoas dizem fofa. lol! Mas claro que crio a minha própria imagem de ti. E eu não disse que sabia como tu eras. Há muita magia nas pessoas. Saber (ou pensar saber) uma parte não significa que saibas um todo.
    Eu entendo que escrevas as coisas numa fase menos boa. Mas andas a escrever coisas assim menos boas à mais de um mês se não me engano. Daí o que eu tenho a achar.
    E eu acredito que me mostro como realmente sou. Digo o que faço e o que penso. Demonstro a minha estupidez e ao mesmo tempo o que me faz viver. Já me disseram uma vez "tu és aquilo que escreves. tem cuidado". E eu acredito.
    Não te chateies comigo oh :P

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  16. Mas que alta conversa a nossa x)
    Apenas gosto de saber que as outras pessoas estão felizes e que partilham essa felicidade.
    Ver-te sempre assim mal não é algo que me "atraia", mas desculpa se te ofendi de alguma forma :s

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  17. adoro os teus textos e tem tanto a ver comigo :)
    é sempre a última vez... enfim :/ as muralhas são importantes, temos que as manter por vezes.
    gmdt (L)

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  18. Não gosto de desistir, não me faz bem pensar que há essa palavra. Talvez seja mau mas sou assim, hei-de aprender um dia a ter limites. ;) *

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  19. "Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas. O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais."

    Penso que sabes de quem é. E sim, li. E mais um sim, aquele meu texto também te pode afectar.
    E agora um não, não fui eu que criei um sonho sobre ti e não o concretizaste, mas sim o contrário. Penso que é tudo.

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  20. Posso ser convencido, mas acho que, só pelo meu comentário aqui em cima, já te valeu a pena teres escrito o texto. Corrige-me se enganado.
    E corrige os restantes que nunca percebem o porquê dos teus textos; está tudo nas entrelinhas.

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  21. entendo perfeitamente tudo o que escreveste!
    esta lindo :D

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  22. tipo esquece, esse texto e eu, meu deus :|
    não retiro uma vírgula.

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  23. como eu senti esse texto :s
    acredita.
    tão depressa estamos lá no alto, como rapidamente caimos e batemos no fundo. é verdade, como é que o "amor" consegue pôr as pessoas tão mal, tão em baixo, tão sem forças pra nada? nem sempre se conseguem articular palavras, e é muito mais fácil escrever.
    inês, gmdt (L) quero-te feliz.

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  24. 'aprendi a fingir que não preciso de ninguém, que em mim tenho tudo o que me faz feliz'
    retirando a parte do fingir, a minha melhor amiga sempre me disse que devia pensar exactamente assim. mas não é assim que faço uso dos meus pensamentos, tal como tu demonstras com o texto. . é sempre preciso mais além do pouco qe nós mesmo temos (uma outra pessoa, o amor que mesmo magoando já nos fez tão bem...).

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  25. Eu sinto tudo o que escreves, como se fosse eu própria a escreve o que vivi ! =)

    " Ergui de novo as muralhas, mas tu nunca as tiveste de ultrapassar, nunca te fiz passar por esse teste, estendi-te sempre os braços, devo dizer que foste a única pessoa que teve tudo de mim, assim. "

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  26. Estava a ler este texto e quando dei por mim estava já com os olhos cheios de lágrimas. Identifico-me imenso. Adoro o teu blog.

    Beijinhos*

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